Raoni pede ajuda contra arrendamento — Ministério da Justiça e Segurança Pública
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Ministro da Justiça recebe cacique caiapó, que se declara contrário à proposta defendida pela Frente Parlamentar Agropecuária. Torquato Jardim levará mensagem à Câmara dos Deputados e à Presidência
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publicado:
19/10/2017 16h29
última modificação:
19/10/2017 16h40
Ministro defende a ideia de que não é possível haver uma regra geral para todos os povos indígenas do Brasil. Foto Isaac Amorim/MJ
Brasília, 19/10/17 – O ministro da Justiça e Segurança Pública, Torquato Jardim, vai levar à Câmara dos Deputados e à Presidência da República a posição contrária ao arrendamento de terras indígenas externada a ele pelo cacique Raoni, líder do povo caiapó, que vive no Norte de Mato Grosso.
“O arrendamento não vai ser bom para nós. Eu estou preocupado com o futuro da nossa terra indígena. Nossa população está crescendo e eles vão precisar dessas terras”, disse. “Vou ligar para o Rodrigo Maia (presidente da Câmara) para dizer a ele que isso não vai ser bom para os nossos povos”, frisou. “Muitos parentes de outras etnias não gostaram dessa ideia e me pediram para eu falar por eles.”
O cacique foi recebido na sede do ministério, em reunião no início da noite desta quarta-feira (18). Na conversa com o ministro e com o presidente da Funai, Franklinberg Freitas, ele falou o tempo inteiro em jê, a língua dos caiapós – foi traduzido para o português pelo neto, Patxon. Estava acompanhado dos caciques Yabuti e Puyu, também caiapós.
A proposta de arrendamento das terras indígenas para agricultura vem sendo defendida publicamente pelo deputado Nilson Leitão (PSDB-MT), presidente da Frente Parlamentar Agropecuária. A Comissão de Agricultura da Câmara realizou audiência pública na mesma quarta-feira, pela manhã, para debater o tema.
A Raoni, o ministro Torquato Jardim afirmou já conhecer o problema. “Seja por razões econômicas, seja por razões de crescimento populacional, é preciso ter espaço para crescer”, falou.
O ministro defende a ideia de que não é possível haver uma regra geral para todos os povos indígenas do Brasil. “Tenho conversado com todo mundo. E as soluções são diferentes. Por exemplo, os índios do Norte da Bahia não tem água. Os do Sul, tem. Isso leva a condições totalmente diferentes e pede soluções diferentes”, argumentou. “Vou levar ao conhecimento do Congresso, do deputado Nilson Leitão, essa posição importante sobre a agricultura indígena.”
Jardim questionou Raoni sobre que modelo de sustentação econômica atenderia o povo caiapó. “Nós queremos conservar as florestas e os rios. Quando nosso povo precisa caçar ou pescar, a gente tem a floresta e o rio. A gente não aceita que os fazendeiros acabem com nossas terras”, respondeu o cacique.
Manifesto
Os caiapós entregaram ao ministro cópia da Declaração de Aliança dos Guardiões e filhos da Mãe Terra e pediram ajuda para divulgá-lo. O documento foi escrito como resultado de uma assembleia de povos indígenas do mundo inteiro, realizada entre os dias 12 e 16 de outubro em Brasília.
O ministro assinou o recebimento do documento e se dispôs a ajudar na divulgação.
Clique e leia a íntegra da Declaração de Aliança dos Guardiões e filhos da Mãe Terra.
Clique e veja mais fotos da reunião.
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Advogado em São José do Rio Preto