Moro não vai ouvir advogado que o acusa de “negociações paralelas”
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O advogado Rodrigo Tacla Duran, que acusa o juiz Sergio Moro de fazer “negociações paralelas” na operação “lava jato” não será ouvido como testemunha de defesa do ex-presidente Lula. O pedido dos advogados do petista foi negado, nesta terça-feira (29/8), pelo próprio Moro, responsável pelas ações da operação em primeira instância no Paraná.
Em entrevista à Folha de S.Paulo, Duran afirmou que o advogado trabalhista Carlos Zucolotto Junior, amigo e padrinho de casamento do juiz, intermediou negociações paralelas dele com membros do Ministério Público Federal que trabalham na “lava jato”.
Os advogados Cristiano Zanin Martins, Roberto Batochio e Valeska Teixeira Martins argumentaram que o advogado deve ser ouvido porque, na mesma entrevista à Folha, ele afirma que a Odebrecht falsificou documentos apresentados em sua delação premiada.
“Tais fatos são sobremaneira relevantes para o desfecho da presente ação penal pois tocam a idoneidade e a legalidade de processos de colaboração premiada com executivos e ex-executivos do grupo Odebrecht e também outros processos de colaboração premiada”, argumentaram.
A solicitação para que Duran fosse ouvido foi feita nesta terça pela defesa do ex-presidente depois que Maria Lúcia Falcon, ex-presidente do Incra, não foi localizada para testemunhar. O advogado serviria, então, para substituir Maria Lúcia como testemunha.
“Não há base legal para a substituição de testemunha pretendida pela defesa de Luiz Inácio Lula da Silva, ainda mais em contexto no qual insistiu anteriormente na oitiva da testemunha. Quanto a Rodrigo Tacla Duran, se a defesa de Luiz Inácio Lula da Silva tinha a oitiva dele como pertinente, deveria ter requerido a medida na resposta preliminar máxime porque tal pessoa encontra-se no exterior, sendo a oitiva longa e demorada”, rebateu Moro, ao negar o pedido.
Sergio Moro destaca que Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro e teve sua prisão preventiva decretada pelo juízo federal de Curitiba, mas fugiu para exterior, sendo considerado foragido. Tacla Duran é acusado de lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa pelo Ministério Público Federal.
Ele tentou fazer delação premiada, mas as negociações fracassaram, segundo ele próprio, porque se recusou a admitir crimes que não havia cometido. Atualmente, Duran mora na Espanha. Moro decretou sua prisão e ele foi detido no país europeu em novembro de 2016, mas libertado em janeiro deste ano.
O advogado tem dupla cidadania e o governo brasileiro já pediu a sua extradição, mas a Espanha negou. “A palavra de pessoa envolvida, em cognição sumária, em graves crimes e desacompanhada de quaisquer provas de corroboração não é digna de crédito, como tem reiteradamente decidido este juízo e as demais cortes de Justiça, ainda que possa receber momentâneo crédito por matérias jornalísticas descuidadas”, afirma Moro.
Argumenta também que, apesar de Duran ter prestado serviços de lavagem de dinheiro para a Odebrecht, a defesa de Lula não demonstrou qualquer ligação entre os atos do advogado e os crimes dos quais o ex-presidente é acusado na operação “lava jato”.
Amigo de Moro
Ao falar sobre as “negociações paralelas” de delações, Duran afirma que Zucolotto, que já foi sócio da mulher do juiz, Rosângela Wolff Moro, combina previamente questões como o abrandamento de penas e diminuição da multa.
Em troca, disse Duran, Zucolotto seria pago por meio de caixa dois. O dinheiro serviria para “cuidar” das pessoas que o ajudariam na negociação, segundo correspondência entre os dois que o ex-advogado da Odebrecht diz ter guardado.
Duran afirmou que as negociações aconteceram pelo Wickr, aplicativo que criptografa o conteúdo da comunicação e destrói as mensagens enviadas. Zucolotto nega as acusações e afirma que nunca se encontrou nem conversou com Duran. Diz ainda que não utilizava o aplicativo.
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Advogado em São José do Rio Preto