Lula vira réu pela 7ª vez, acusado de vender MP para montadoras
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O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília, aceitou, nesta terça-feira (19/9), denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e mais seis pessoas acusadas de negociar propina em troca de uma medida provisória que prorrogou por cinco anos benefícios tributários destinados a empresas do setor automobilístico.
É a sétima vez em que Lula virou réu (veja quadro abaixo). O novo processo tem ligação com a operação zelotes, que apurou irregularidades no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) e já fez Lula ser acusado em outra ação em andamento.
Para o juiz, a denúncia apresenta prova da materialidade do delito e indícios de autoria. “Está demonstrada até agora a plausibilidade das alegações contidas na denúncia em face da circunstanciada exposição dos fatos tidos por criminosos e as descrições das condutas em correspondência aos documentos constantes do inquérito policial nº 0001/2016-GINQ/DICOR/DF, havendo prova da materialidade e indícios da autoria delitiva”, disse Vallisney Oliveira.
O Ministério Público Federal no Distrito Federal afirma que a Medida Provisória 471/2009 (depois convertida na Lei 12.218/2010) tramitou com “celeridade e procedimento atípicos” e foi assinada “exatamente nos termos encomendados” pelas empresas envolvidas, mediante a promessa de pagamentos de R$ 12 milhões a intermediários do esquema e a agentes políticos.
OUTRAS AÇÕES PENAIS JÁ
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Metade do valor, de acordo com os procuradores da República, foi repassado pela montadora MMC à empresa M&M, suspeita de ter parceria com outros dois intermediários: José Ricardo Silva, ex-conselheiro do Carf, e o lobista Alexandre Paes dos Santos. O destino do dinheiro seria o custeio de campanhas eleitorais do PT.
O MPF baseia-se em cartas elaboradas pelo departamento jurídico da M&M e encaminhadas ao então presidente da República solicitando alterações legislativas para o setor automotivo, em 2009. Manuscritos, e-mails e atas de reuniões são citados como prova.
Também virou réu o ex-ministro Gilberto Carvalho, que era chefe de gabinete de Lula. Para o MPF, as expressões “kit de material enviado a Gilberto Carvalho” e “café Gilberto Carvalho” — encontradas em alguns documentos apreendidos — evidenciam que ele tinha relação com o grupo criminoso.
“Porém, sozinho, Gilberto jamais teria poder decidir pela edição da MP. (…) Somente o presidente Lula poderia levar a cabo uma medida provisória daquela grandeza”, concluem os procuradores.
Eles afirmam ainda que Mauro Marcondes, dono da M&M e um dos denunciados, reuniu-se com Carvalho no dia 27 de novembro de 2009, sete dias depois que a MP foi publicada. “Como a medida provisória já estava publicada, a pauta desse encontro não poderia ser outra que não tratar do valor final e recebimento da prometida vantagem indevida”, diz a denúncia.
Rapidez
Os autores da denúncia insistem que a MP teve um andamento atípico, passando por três pastas em um único dia: 19 de novembro de 2009 —, três dias depois que os envolvidos tiveram o tal “café com Gilberto Carvalho”. Quatro dias depois, já havia sido publicada no Diário Oficial da União.
O MPF vê como prova depoimento do então ministro interino de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luiz Antônio Rodrigues Elias: ele disse que a pasta só recebeu a proposta “para ser referendada”.
Voz da defesa
Quando a denúncia foi apresentada, no dia 11 de setembro, a defesa do ex-presidente declarou que o cliente “jamais praticou atos de corrupção ou qualquer ilícito”.
O advogado Cristiano Zanin Martins disse na ocasião que “essa é mais uma denúncia injusta, que apenas reforça o processo de lawfare praticado contra Lula, ou seja, a má utilização das leis e instrumentos jurídicos para fins de perseguição política”. Com informações da Assessoria de Imprensa do MPF-DF.
Clique aqui para ler a denúncia.
Clique aqui para ler a decisão do juiz federal.
* Texto atualizado às 20h30 do dia 19/9/2017 para acréscimo de informações.
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Advogado em São José do Rio Preto