OAB SP promove Congresso de advogados afro-brasileiros — OAB SP
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A Seção paulista da Ordem dos Advogados do Brasil, sempre pautada nas lutas sociais e pela justiça, realizou no último sábado (21/10) o “VI Congresso de Advogados Afro-Brasileiros: reconhecimento e justiça na década dos afrodescendentes”. O evento foi promovido pela Comissão de Igualdade Racial da OAB SP, com apoio do Departamento de Cultura e Eventos da entidade e da Secretaria da Justiça e Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo, e contou com a participação do presidente Marcos da Costa na abertura.
O dirigente da OAB SP lembrou o orgulho da Ordem ter indicado os dois primeiros secretários estaduais de Justiça e Cidadania negros, assim como o primeiro desembargador negro do Tribunal de Justiça. Mas, como ele mesmo ponderou, “é muito triste constatar que a nossa Justiça ainda não se conscientizou do valor e da importância da contribuição que a comunidade negra pode oferecer”. Para Marcos da Costa, apenas construiremos um país mais justo, fraterno e solidário se lutarmos juntos, independente de cor, credo, raça e opções sexuais. Para o presidente da Ordem paulista, na luta contra a discriminação os cidadão devem recorrer às leis estaduais 14.187/2010, que pune atos de discriminação racial ou de cor, e 14.946/2013, que dispõe sobre a cassação da inscrição do ICMS da empresa que faça uso direto ou indireto de trabalho escravo ou em condições análogas a de escravo.
Para Carmem Dora de Freitas Ferreira, presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB SP, o Congresso de advogados afro-brasileiros é um momento de reflexão e de propostas para melhorar a condição de trabalho e de estudos da população negra: “Fico grata por ver tantas pessoas reunidas numa manhã de sábado para debater questões importantes. Que nós consigamos construir uma nação de paz”, frisou.
Abrindo as palestras, o professor universitário e presidente do Conselho do Fundo Baobá, Helio Santos, discorreu sobre a questão racial na contemporaneidade. Na ocasião, o docente traçou um panorama da realidade racial e do preconceito na sociedade brasileira e advertiu a população negra para não glorificar decisões de cúpulas partidárias onde não estejam definidos pontos estratégicos a favor das necessidades da comunidade negra: “É necessário e urgente um modelo de governo que transforme o Brasil num país inclusivo. A população negra não pode atuar como coadjuvante na construção de um país profundamente injusto, corrupto, excludente e um dos mais desiguais do mundo”. De acordo com o Helio Santos, o país apresentará melhorias sociais quando a questão racial for considerada uma variável determinante para estruturação e desenvolvimento da nação.
A presidente da Comissão da Verdade e Escravatura da OAB SP, Eunice Aparecida de Jesus Prudente, e o advogado Sergio Ribeiro Cavalcante palestraram sobre “O ensino do Direito, o preconceito racial e a igualdade jurídica”. Eunice Prudente apresentou dados democráticos da população negra. “Somos 53% população brasileira e, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), 200 milhões vivem nas Américas”, mencionou. Logo depois, expôs os desafios da OAB SP para o ensino jurídico e para as melhorias nas condições trabalho. Dentre as moções, está a alteração da disciplina de História do Direito para que tenha ênfase no protagonismo africano e os enfrentamentos das formas de discriminação racial, homofobia e discriminação de gênero. No âmbito profissional, destacou a luta constante pela remuneração digna e o combate ao aviltamento dos honorários advocatícios. “Nós advogados negros nos colocamos contra a homofobia e contra a discriminação de gênero. É preciso que a escola de Direito seja muito clara. O estudo do Direito deve ser interdisciplinar”, avaliou Eunice Prudente.
Compuseram a mesa, além dos citados acima: Elisa Lucas Rodrigues, coordenadora de Políticas para População Negra e Indígena da Secretaria de Justiça e da Defesa da Cidadania do Estado de São Paulo; Marco Antonio Zito Alvarenga, procurador federal; Gabriel Alex Pinto, assistente jurídico da Eucafro representado Frei David, e a juíza Mylene Pereira Ramos.
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Advogado em São José do Rio Preto